26/05/08

Recordando a velha Beira - A Mesquita

[AHM, Fundo do Governo do Distrito da Beira, Assuntos Municipais e dos seus Organismos Autónomos, Actas, 1942-1944, cx. 92 – Acta nº 6, Sessão Ordinária da Comissão Administrativa da Câmara Municipal da Beira de 8 de Fevereiro de 1945, p. 70 e 71]
Informação do Engenheiro Superintendente da Repartição Técnica
Em 15 de Junho do ano findo a «British Indian Mahomed Associaton», requereu licença para construir uma nova Mesquita no local da actual que se encontra em ruínas.
O projecto apresentado refere-se a um edifício de vulto que não ficaria convenientemente localizado se não se criasse espaço circundante necessário, de resto, a urbanização daquela zona exige um estudo cuidado de forma a criar o maior desafogo possível.
O estudo apresentado prevê o isolamento da nova mesquita entre as Ruas Pêro de Alenquer, Correia de Brito, rua Aires de Ornelas e uma rua nova, pela expropriação dos talhões 120, 120A, 121, 121A, 122 e 122A.
Destes serão ocupados pela Mesquita, na totalidade ou em parte, os talhões 120A, 121, 121A e 122, ficando os restantes a pertencer à via pública.
Entendo que é de autorizar a licença de construção da Mesquita de acordo com um novo projecto do edifício que se adapte à urbanização projectada e ficando o pagamento das expropriações a cargo dos interessados.
Repartição Técnica da Câmara Municipal da Beira, 7 de Fevereiro de 1945.
O Engenheiro Superintendente da Repartição Técnica (assinado) J. Pinto de Sá.
A Comissão deliberou deferir nos precisos termos da informação da Repartição Técnica.



Nota: "Recordando a velha Beira" é um documentário realizado em 1991 por Maria Pinto de Sá e Ferreira Mendes, do qual vou publicar alguns excertos no blog. Inicio com esta entrevista a Amad Sene Abdulah, chegado à Beira em 1921 vindo de Sofala.

1 comentário:

Anónimo disse...

Este tipo de trabalho é do maior interesse, independentemente do eco que, de momento, possa encontrar. Um dia esse interesse será reconhecido, talvez quando as testemunhas desses tempos já não forem vivas. Por isso só posso felicitasr o Beira-Amar e encorajar o blog a prosseguir esse trabalho. Permito-me sugerir que todo esse trabalho poderia dar origem a uma colectânea mais abrangente de depoimentos sobre a Beira, sob a forma de livro, de filme ou de DVD. O que importa mesmo é que estas memórias não se percam. Bom trabalho.
José Pinto de Sá