De início não existiam quaisquer facilidades além do fundeadouro de difícil acesso e o abrigo natural que oferecia o estuário do Pungué, mas tudo evoluiu com o desenvolvimento do caminho de ferro de penetração. A carga era simplesmente baldeada para lanchas que seguiam a reboque para Fontesvilla (junto á actual ponte ferroviária do Pungué) ou eram descarregadas na praia destinadas à incipiente cidade que começava a tomar forma e a ensaiar os primeiros passos, muito difíceis, perante a ameaça, sempre presente, da força devastadora do mar.
A Beira Railway Company começou em Setembro de 1892 a construção da do caminho de ferro a partir de Fontesvilla para Umtali (actual Mutare). Inicialmente foram empregues um grande numero de trabalhadores indianos e chineses para a construção da linha, mas a taxa de mortalidade (principalmente devido à malária) era tão elevada que tiveram de passar a recrutar trabalhadores locais.
Só mais tarde em 1895 se faria o troço Beira-Fontesvilla. Era uma linha de bitola reduzida (2 pés , 0,607 m).
Só mais tarde em 1895 se faria o troço Beira-Fontesvilla. Era uma linha de bitola reduzida (2 pés , 0,607 m).
À medida que a linha férrea era assente, abriu-se paralelamente uma estrada por onde transitaram velhas diligências australianas do tipo Cobb, emprestando o mesmo colorido dos tempos da corrida para o ouro na Austrália e na América do Norte.
Em Maio de 1899 ficou concluída uma linha de via larga (1,067 m) de Umtali para Salisbury (actual Harare) e só então iniciou-se o alargamento da linha para a Beira a partir de Umtali.
Em 1899 rebentou a guerra entre os “boers” e os ingleses e ao princípio isso pouca influência teve na linha, mas com as primeiras vitórias “boers” e depois o cerco posto a Mafeking, que fez cortar a linha do sul de Bulawayo (atravessando o actual Botswana), o panorama mudou por completo em toda a Rodésia, bem como na região situada ao sul de Bulawayo, que se tornou inteiramente dependente da linha da Beira e do seu porto.
Por essa linha, cujo alargamento de bitola só estava realizado entre Umtali e Bamboo-Creek (posteriormente Vila Machado e actual Nhamatanda), passou todo o fluxo do esforço de guerra britânico contra os “boers”. Por ali passaram contingentes de tropas australianas, neozelandesas, uma bateria de artilharia canadiana e outras tropas inglesas levadas em socorro de Mafeking. Mais de 7.000 homens do exército inglês foram transportados pela linha Beira-Umtali por essa época, além de muitas centenas de cavalos vindos da Hungria e da Argentina e mulas da Argentina e do Texas.
Por essa linha, cujo alargamento de bitola só estava realizado entre Umtali e Bamboo-Creek (posteriormente Vila Machado e actual Nhamatanda), passou todo o fluxo do esforço de guerra britânico contra os “boers”. Por ali passaram contingentes de tropas australianas, neozelandesas, uma bateria de artilharia canadiana e outras tropas inglesas levadas em socorro de Mafeking. Mais de 7.000 homens do exército inglês foram transportados pela linha Beira-Umtali por essa época, além de muitas centenas de cavalos vindos da Hungria e da Argentina e mulas da Argentina e do Texas.
Fonte: História dos Caminhos de Ferro de Moçambique, Alfredo Pereira de Lima, 1971.
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