Entre 1896 e 1898, a Beira beneficiou de uma expansão na construção, com a criação de uma grande quantidade de empresas, e no último ano a sua população situava-se em 4223 habitantes (sendo 1172 europeus). Entre 1898 e 1902, a Companhia de Moçambique arrecadou 2,2 milhões de réis, que foram gastos principalmente na infraestrutura do porto, uma vez que a costa arenosa e os baixios à entrada do porto requeriam intensas obras de engenharia. Construiu-se um molho de pedra, os guindastes e armazéns foram melhorados e erigiram-se um quebra-mar e um farol. A partir de 1903 a Beira deixou de crescer tão rapidamente, uma vez que teve de competir com o sistema de caminhos de ferro da África do Sul pelo tráfego bastante estagnado da Rodésia. Em 1910, a sua população situava-se em 6665 habitantes (tendo efectivamente o sector europeu da população diminuído, nos dez anos anteriores, para apenas 860), mas a cidade estabelecera agora a sua função como sede administrativa da Companhia e principal porto que servia a Rodésia do Sul. Tornara-se numa cidade com um sabor nitidamente britânico. Criaram-se hotéis, bares e instalações desportivas para servir a comunidade britânica que, a seguir aos portugueses, constituía o maior elemento da população europeia. O carácter britânico da cidade era acentuado pela circulação da libra esterlina emitida pelo Banco da Beira.
em História de Moçambique, Malyn Newitt
Nota: na imagem o Clube Inglês, actualmente sede do BIM (Banco Internacional de Moçambique)
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